"Não tô sentindo minha cacunda."
- Bernal Henrique Bernal, tiuzin de plantão
- Bernal Henrique Bernal, tiuzin de plantão
Sobre o dia de ontem na Posso! daria pra fazer uma ótima tese socio/psico/antropológica acerca desse fenômeno cultural chamado rock alternativo. Mas foda-se, afinal eu bebi demais para estar preocupado em fazer qualquer análise teórica. Tinha gorda de franjinha? Tinha. Tinha emoboy usando camisa de banda ruim? Tinha. Tinha um monte de moleques sem noção que se diziam rockeiros sem ter um único disco do Black Sabbath em casa? Tinha. Então não rolou nada que eu já não tenha visto em estados mais sóbrios de consciência.
Aproveito a oportunidade para pedir desculpas públicas ao pessoal da Need Off pois prometi ao Bruno ver o show deles - pois enquanto rolava o som, eu estava NO BAR com Meteoro e Bernal [guitarristas do Cachalotte], Júlio [não o do The Vain, mas o batera do Dance of Days] e os caras do Ludovic. E também deveria pedir desculpas aos camaradas do Tróia Contra Ataca e Revide pois também não vi o show deles. Quer dizer, nesse momento eu já estava presente ao recinto - porém novamente estava BEBENDO com o Bernal, Meteoro, a Carol, o Fabinho, Zé Lino, Gabriel e mais um monte... Resumo da ópera: o único show em que eu estava realmente presente era ao de Jair & Cia.
Eu nunca saí tão suado e arrebentado de um show como o perpetrado [eita!] pelo Ludovic. Só fui sentir os efeitos colaterais de uma roda de pogo hoje cedo, após toda a adrenalina e o álcool deixarem minha corrente sanguínea. Pode ser que a apresentação de São José dos Campos tenha sido melhor ["Hoje foi tosco", Jair] mas o impacto foi o mesmo. Talvez maior. Ver uma banda diferente da mediocridade normal é um bálsamo pra quem acompanha a ceninha alternativa. E o melhor é que eles SABEM disso. Não tenho dúvidas que sou um cara de sorte, pois graças às conjunturas do destino [tudo começou com a Lívia em 1999 e depois com o Menotti em 2002] estou vendo algumas belas páginas do rock brasileiro sendo escritas na minha frente. Se alguém vai dar bola um dia pra isso, não sei e não me importo. Afinal, quantas pessoas viram um show do The Feminine Complex? Ou do Nirvana com o Dale Clover na batera? Ou do Aborto Elétrico? Quantos diriam na época que essas bandas estourariam ou não? Eu vi Ludovic, The Vain e Elegia numa mesma noite em São José. Para mim são bandas que deveriam vender os tubos, ter clipe na MTV e o caralho. Se terão no futuro ou não, será a sorte de cada um que decidirá. Sinto-me honrado em ver essas bandas em ação.
Bom, voltando à Posso.
Após a destruição em massa e o pico da minha leseira alcoólica [ficarei alguns anos em abstenção depois dessa] veio o Dance of Days, banda esta que entrou com o jogo ganho. Com raríssimas exceções, todo mundo foi lá pra ver, ouvir e gritar junto com o DoD. O show foi um pouco mais fraco com relação ao que eu havia visto alguns meses atrás no mesmo estabelecimento [era mais legal quando o Nenê se jogava na galera] e eu curto a verve mais violenta da banda; as novas músicas estão se parecendo com as daquele disco anterior ao Coração de Tróia. Apesar disso foi um bom show, e tocaram a melhor sequência do disco violento ["Macaco com Navalha", "Nos Olhos da Guernica", "Correção" e "Tochas Para Joana"] e ainda são uma bela banda em cima do palco mesmo sem as estripolias [N. do A.: ERAM, pois hoje, em 2006, está uma bela duma bosta].
Depois disso tudo ficou meio difuso. Apareceu um pacotinho de M&M's na minha mão [glicose!], dois Pedros grunges falando que eu pareço o Renato Russo [todos, todos acham] e cheguei em casa só pensando em quantos pratos de arroz, feijão, carne e farofa de cenoura poderiam saciar minha fome [resposta: três] e fui dormir correndo o risco de sofrer a maior indigestão do século. Bom, hoje pela manhã meu estômago estava 100%, mas a minha cabeça...
2 comentários:
se eu não me engano, eu tomei meu primeiro copo de conhaque nesse dia. o cocão ficou zunindo!
se eu nao me engano meu cotovelo demorou mais mes pra sanar o ralado proveniente de uma cambalhota no palco.
gezuis, espero que distintos senhores nao aprontem mais dessas depois de contrair matrimonio.
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