28 abril, 2004

m a t a d o r


vcs sabem como karma e sempre dificil de lidar, eu bem que tentei antes, mas so estou escrevendo agora. e se vc quer conhecer o que se passa na cabeça dos argentinos alem de alfajores, chimarrao (la eles chamam de mate) e saude do marodona, sem cair no cliche do tango, começar pelos porteños dos cadillacs e uma boa.

com quase 20 anos, e meio paradoes hj em dia, eles começaram como uma banda de ska, pagando uma de rude boys, bem no esquema specials e madness, com algo de clash, mas em espanhol, o que dava um ziriquidum a mais. chamaram a atençao rapidinho e gravaram o primeiro lp em 1986, "bares y fondas". depois veio "yo te avise", produzido por andres calamaro, um roqueiro na epoca ja consagrado la da area. esse estourou e depois lançaram "el ritmo mundial" que rola participaçao de celia cruz (rainha da salsa que os caras do mars volta pagam pau). "el satanico dr. cadillac" veio em 89 e tem uma pa de participaçoes, mas marca o começo de uma desandadazinha, com guitarrista deixando a banda, roque em baixa na argentina, esse e o final dos 80. fizeram um chamado "v" que nem pegou nada, mas em 1992 voltaram com "el leon" gravado na gringa e cheio de ritmos caribenhos e que botou os caras de volta na cena.

dai eles resolvem lançar em 1993 a coletanea "vasos vacios". so tinha 2 musicas ineditas, mas uma delas e "matador". dai fudeu. a bolachinha virou um multiplatinado (eita expressaozinha em desuso, mas e o adjetivo mais preciso). se vc nunca ouviu matador, ta bem por fora de rock en español, hein? a musica e algo como uma jam entre o olodum e joe strummer, mas com cantor de tango com querendo fazer um vocal raggamuff. parece bizarrice, mas o fato e que e uma preciosidade. rolou como trilha sonora de uma baciada de filmes, um bom exemplo e "matador em conflito", com o batuta do john cusack e que tem uma trilha sonora "do piru", que eu cometo outra hora.

a outra inedita era "v centenario", um ska tao nervoso quanto o dos bosstones e com uma letra mais tensa ainda. "festejando la matanza indigena" e so uma das frases la no meio da musica .

sou um profundo admirador de clash mas, sinceramente, acho que a versao de "revolution rock" dos cadillacs, sem querer fazer trocadilho, "quebra" a de joe strummer e seus inspirados trutas e ela e so uma mostra do que os cadillacs tinham feito ate entao.

com esse cd que eu conheci essa fase tao legal dos cadillacs, que depois se meteriam em outras sonoridades ate chegar ao grammy, mas essa e uma outra estoria. uma banda e tanto. aproveite pra escutar agora, uma epoca em que o skank e o paralamas desencanaram dos ritmos jamaicanos e do resto do caribe... e em que pagar uma de roqueiro virou fator de inclusao na rede globo.

17 abril, 2004

the cloves



fugindo do contexto ordinário, falarei de um single que recebi de minha grande amiga camila. ela mora em seattle e me enviou, em primeira mão, uma cópia que ganhou lá pelas gringas. o nome da banda é the cloves, e, como diz na própria arte do ep, tem influências fortes de beatles e tom petty, além de letras na linha elliot smith e travis.
na minha opinião, o disco tem uma qualidade muito alta para ser um ep de lançamento de uma banda, que como tal, nunca seria conhecida (muito menos vocês) por ninguem que mora na província taubateana. vale ressaltar que o disco tem uma influência completa de oasis (automaticamente), chegando a ter uma similaridade enorme com o disco standing on the shoulder of giants (um dos melhores discos que já ouvi).
bem, agora você já sabe que essa banda existe! pode ser que acabe amanhã, mas aconselho a escutar essa obra. e tem uns moogs ainda por cima.

09 abril, 2004

KARMA DO MÊS!!!

vou começar repetindo uma resenha do antigo robson mas acho que vocês não vão se importar. ou vão? ah, foda-se.

GUIDED BY VOICES, "ISOLATION DRILLS"

conheci guided by voices nos idos de 2001 graças aos adventos da internet a cabo do meu antigo emprego. já havia lido umas resenhas do incensadíssimo alien lanes, disco do gbv lançado em '95, dissertando sobre a beleza ímpar daquelas músicas gravadas da forma mais lo-fi e tosca possível [aliás, guided by voices até então era sinônimo de melodias pop em gravações toscas]. ok, o disco é muito bom e tem coisas como game of pricks e my son cool, que são do caralho.

os anos passam e robert pollard [o tiozinho de 45 anos que é líder e mentor do gbv] resolve lançar um álbum "hi-fi", com acabamento e esmero, o nosso isolation drills. obviamente, os indies acusaram-no de heresia, talvez porque agora corria-se o risco do guided tocar no rádio [indie é uma bosta hipócrita, vocês sabem, ainda mais quando vira crítico de música e passa a escrever em veículos de grande repercussão].

é bom lembrar: o disco é bem produzido sim, mas no sentido única e exclusivamente da qualidade de som. não há nenhuma intervenção de computador, blips e zóings, nem djs e tal. trata-se apenas do roquenroll puro do guided by voices no melhor e mais inspirado registro da sua carreira. dezesseis canções que você pode ouvir tranquilamente com aqueles seus amigos cujo disco mais desconhecido que possuem é o unplugged do nirvana.

e talvez se não fossem as letras non-sense de pollard, esse disco, com um pouco mais de divulgação, teria vendido alguns milhões. como prova, é só ouvir chasing heather crazy, uma das cinco melhores melodias do século XXI até agora. ou então glad girls e o refrão mais chiclete do disco ["heeey glad girls only only want to get you high"]. ouça e tente esquecer depois.

sem contar as outras pérolas que permeiam suas melodias incríveis com esquizofrenia lírica quase cômica como em fine to see you ["the cup is running wild/ i am hypnotizing the highway/ i am baptizing mad rivers/ and the rivers run wild"] e privately ["in the midst of this effort/ courageous tonges are bitter/ don't blast them"].

para quem não sabe, o processo de composição de mr. pollard é bastante curioso. ele sonha com nomes de música absurdos e escreve as canções a partir deles. deve ser daí que ele tirou coisas como the brides have hit glass ["as noivas têm que quebrar vidro"], a própria chasing heather crazy ["acorrentando a louca heather"] e how's my drinking? ["como está minha bebedeira?"].

outra curiosidade sobre o gbv: a formação da banda já mudou mais de 50 vezes [mais do que o iron maiden]. neste disco, nós temos o baterista do superchunk jim mcpherson assumindo as baquetas, e a participação do finado elliot smith tocando piano em algumas faixas.

este é um disco perfeito para ouvir pela manhã e se sentir uma pessoa melhor. e ainda corre o risco daquela sua amiga gostosa te perguntar "que música é essa?".

Comentários!

Será que funciona isso?
Por favor, deixem seus palpites!

05 abril, 2004

podem ir aumentando o volume.

depois do despejo, nossa mudança compulsoria aconteceu. na verdade ainda esta acontencendo. estamos sem um sistema de comentarios mas isso esta a caminho de ser sanado, ne, boi?
se algum camarada passar por aqui, saiba que agora rola um editorial e entrando no profile ja se deparara com as nossas recomendaçoes para abril.
mais musica ja esta a caminho.

valeu boi e meteoro por nao terem desanimado nesse momento de transiçao.

um abraço pros mano, um beijo pras mina.