24 maio, 2004

Subfine, nossa banda preferida

Ok ok, Subfine NÃO É nossa banda pereferida mas sou grato ao Bernal, que me mostrou essa pequena pequena jóia desconhecida do rock. Como eu sei que vocês não fazem nem idéia do que seja essa banda, consegui uma biografia dele com um amigo do ICQ. Segue.

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O Subfine formou-se em 1986, quando os irmãos Milenko e Hristo Cimerov, com apenas 17 e 19 anos respectivamente, conheceram o guitarrista Sebastién Tiganov na faculdade de engenharia elétrica de Sofia. Na Bulgária socialista, era difícil achar quem tivesse instrumentos de boa qualidade, mas o patriarca dos Cimerov era um dos grandes músicos da capital do país. No estúdio caseiro, os três escreveram mais de 120 canções até 1990, inicialmente sem vocais pois não queriam cantar em Búlgaro. Fãs de bandas como Big Star, The Smiths e Joy Division, não raro entravam em discussões familiares pela pretensão de cantar em inglês [sr. Cimanov dizia que era uma afronta ao patriotismo].

O primeiro disco [caseiro!] do Subfine foi o cassette duplo "You Better Wish Life", lançado em setembro de 1991. Com uma gravação lo-fi que chega a lembrar Guided By Voices, teclados toscos e os vocais abafados de Milenko, é considerado por alguns o melhor álbum da banda. A despretensão marca cada uma das 39 canções, de cunho quase punk. Foi relançado mais tarde em vinil.

Curiosamente, só se apresentaram pela primeira vez em público no final daquele ano, num bar de Sofia. O show foi interrompido 15 minutos depois do início por um vizinho que havia ligado para a polícia por causa do barulho. O episódio fez com que eles ficassem mais reclusos ainda, se preocupando apenas em gravar as músicas que faziam.

Assim, no início de 1992 ele lançaram pelo selo independente Stefkos Music nada menos do que cinco discos. "Bad Taste Recording", basicamente composto por músicas mais antigas; "The Monkey Laughs", que traz a clássica faixa-título regravada por Ian Brown em 2002; "Remember", um trocadilho com o então estourado "Nevermind" do Nirvana; "The In & Out", que traz a belíssima cover de One Hundred Years do The Cure.

O quinto álbum merece uma menção especial. "Runaway From The Light Of Inner Town", novamente um álbum duplo, mas o primeiro com uma gravação mais esmerada. As viagens melódicas das composições e as guitarras de Sebastién Tiganov nunca estiveram tão inspiradas - os "barulhinhos" e efeitos que dispensavam os pedais fazem a cabeça de muita gente que considera o disco uma obra-prima, como por exemplo Wayne Coyne [The Flaming Lips], Will Sergeant [Echo & The Bunnymen] e Krist Novoselic [Nirvana]. O produtor Mladen Rodanev se envolveu tanto na magia das canções que acabou virando membro fixo. Ele foi apontado pela banda como o direcionador do som do Subfine para uma vertente ao mesmo tempo mais pop e mais experimental. "Foi ele quem me ensinou a regular direito um amplificador", diz Tiganov.

Essa prolificidade rendeu ao grupo menções nos cadernos de música da Inglaterra e Estados Unidos, bem na época do boom do rock underground. Mas a aversão da banda aos shows fez com que fossem mais uma daquelas bandas mais faladas do que ouvidas. Em 1993 lançaram ainda pela Stefkos Music dois álbuns totalmente experimentais e difíceis: "The Greek Umbrella", cuja faixa título é tudo o que a Beta Band quis fazer em matéria de som psicodélico; e "Seamus", álbum totalmente inspirado na música de mesmo nome do Pink Floyd. Foram lançados em edição limitada, e se qualquer disco do Subfine já é objeto de colecionador, esses então são verdadeiros troféus.

No entanto, em 1994, um racha feio entre os guitarristas Tiganov e Rodanev levou o Subfine ao seu fim. Porém os integrantes resolveram encerrar as atividade lançando todas as músicas inéditas que haviam gravado, resultando no álbum triplo [e único lançado em formato CD] "Motion Picture Soundtracks". Eram as "últimas 48 músicas boas que fizemos", segundo Hristo Cimerov. É um disco irregular, pois trata de gravações desde as instrumentais de 86 até as experimentações da fase Rodanev.

[Não sei por que não nem nem esse último no site da Stefkos: http://stefkos-music.bulgariancds.com/]

FORMAÇÃO
Milenko Cimerov - Baixo e vocal
Hristo Cimerov - Bateria
Sebastián Tiganov - Guitarras & Teclados
Mladen Rodanev - Guitarras & Percussão

DISCOGRAFIA
"You Better Wish Life" [1991]
"Bad Taste Recording" [1992]
"The Monkey Laughs" [1992]
"Remember" [1992]
"The In & Out" [1992]
"Runaway From The Light Of Inner Town" [1992]
"The Greek Umbrella" [1993]
"Seamus" [1993]
"Motion Picture Soundtracks" [1994]

Mas eu ainda acho que o You Better Wish Life é de 1990, porque eles lançaram um outro antes do Bad Taste Recording... Estranho!

22 maio, 2004

papai eu quero me casar!

nosso assunto aqui e musica, certo?

bem acredito que como entusiasta tiuzin da parada, nao poderia deixar de postar esse primor de letra, cantada por didi e zacarias, em algum remoto programa dos trapalhoe, e que os mais novos podem ter nao tido a oportunidade de terem visto:

Zacarias: Papai eu quero me casar
Didi: Oi, minha fia, ocê diga com quem
Zacarias: Eu quero me casar com o padeiro
Didi: Com o pandeiro ocê num casa bem
Zacarias: Por que, papai?
Didi: O padeiro mete muito a mão na massa
Zacarias: É?
Didi: E adepois vai amassar ocê tumém
Zacarias: Ah, quero não

Zacarias: Papai eu quero me casar
Didi: Oi, minha fia, ocê diga com quem
Zacarias: Eu quero me casar com o motorista
Didi: Com o matorista ocê num casa bem
Zacarias: Por que, papai?
Didi: O matorista aperta muito a buzina
Zacarias: Eu heim...
Didi: E adepois vai buzinar ocê tumém
Zacarias: Ah, quero não

Zacarias: Papai eu quero me casar
Didi: Oi, minha fia, ocê diga com quem
Zacarias: Eu quero me casar com o vaqueiro
Didi: Com o vaqueiro ocê num casa bem
Zacarias: Por que, papai?
Didi: O vaqueiro tira o leite da vaca
Zacarias: Credo!
Didi: E adepois vai desleitar você tumém
Zacarias: Ah, quero não

Zacarias: Papai eu quero me casar
Didi: Oi, minha fia, ocê diga com quem
Zacarias: Eu quero me casar com o economista
Didi: Com o economista ocê num casa bem
Zacarias: Por que, papai?
Didi: O economista mexe muito com poupança
Zacarias: Ah...
Didi: E adepois vai mexer na sua tumém
Zacarias: Na minha não!

Zacarias: Papai eu quero me casar
Didi: Oi, minha fia, ocê diga com quem
Zacarias: Eu quero me casar com o Ney Matogrosso
Didi: Ney Matogrosso, aí cê casa bem
Zacarias: Heim, papai?
Didi: Ney Matogrosso vira homem-lubisomem
Zacarias: Que loucura!
Didi: Mas quando é homem não faz medo pra ninguém
Zacarias: É esse que eu quero!
Didi: Viu? Aí sim, minha filha! Você fica com vontade de casar...
vontade de casar... também tava com uma vontade de casar... Casei!..

14 maio, 2004

os irmaos cara de pau.

pois acreditem:
depois de anos copiando e falando mal dos beatles, a fraternidade picareta talentosa dos gallagher botaram zak starkey, filho de ringo starr, de baterista do oasis.
isso e que e fina ironia.
zak starkey e um cara que manda bem pra burro, ja tocou com the who substituindo o insubstituivel keith moon. ja no oasis ele deve acrescentar um monte, ja que os bateristas do oasis sempre foram meio cafe com leite. espero que a uniao seja duradoura.

12 maio, 2004

curitibapopfestival :: round:2 :: 08/05/04 ::

o sabado em curitiba prometia: um ceu azul e uma temperatura tao agradavel quanto a do dia anterior. com os problemas hidraulicos do ape resolvidos, um merecido banho pode ser tomado e o resto da tarde se consumiu em quitutes de padaria e em inutilidades que so um super nintendo e um dvd da casa dos artistas 1 (sim aquela que teve o frota, o supla e a barbara paz) podem proporcionar. na verdade as correrias do dia anterior haviam consumido as energias e a saida para o cpf tardou. os shows começariam as 3hs da tarde, mas como ninguem estava no pique, 7h30 da noite foi a hora que deu pra chegar, ja tendo perdido autoramas e o recomendado show do pelebroi nao sei.

a pedreira estava ao som do ludov, uma banda que ja tinha ouvido alguma coisa e que realmente acabou confirmando a minha suspeitas: eles sao o pato fu dos descolados! formado apartir do restos do maybees, eles resolveram cantar em portugues, soando, nos melhores momentos, como um radiohead light, lembrando o coldplay por vezes. apesar musicos competentes, soam sem sal, como uma banda feita para o radio ou tema de algum personagem da malhaçao. em seguida entrou os veteranos do relespublica, banda que muito havia ouvido falar, mas nunca tinha tido a oportunidade de ver. nao decepcionaram. um power trio de musicos competentes, cantando letras bem sacadas em portugues e com uma sonoridade entre o panquerroque e o mod, chegando a lembrar os primeiros albuns do ira, mas com um sarcasmo e uma irreverencia maior. uma banda cheia de cliches batutas, refroes legais e energia de sobra. tocando em casa, eles empolgaram o publico e ainda fecharam com the who, num final apoteotico. recomendadissimos.

o mombojo, de recife, entrou com uma fusao de ritmos que merece atençao. ainda com uma sonoridade que tem que amadurecer, eles sinalizam ser a primeira banda com ritmos regionais la de cima que nao usam ferramentas faceis do advendo mangue beat. com uma sonoridade que ainda se perde algumas vezes, eles podem vir a ser uma banda pioneira de um pos-mangue beat, em que elementos eletronicos estao mais presentes ao vivo e que a percursao perde um pouco do espaço para a melodia. e torcer para que eles nao sejam engulidos pela "brasilidade" que a trama adora lançar.

depois dos nordestinos chegou a vez dos sulistas. e chegou mesmo. para ser sincero esse era o show nacional que eu mais esperava ver. frank jorge+flu+wander sao caras que participaram das bandas mais importantes do periodo mais fertil do roque gaucho. so perolas. com apresentaçao do grande miranda ( que esta redondamente grande) eles entraram e foram mandando musicas que povoam o o subconsciente de quem por ventura tropeçou no roque mais sem noçao do brasil. tocaram desde cascaveletes e replicantes, ate musicas da carreria solo do wander, sem esquecer graforreia xilarmonica, jupiter maça e baladinha do de falla. foram os mais aplaudidos depois das atraçoes principais dos dois dias. com o tempo estourado, surfista calhorda foi tocada, deixando muita gente rouca antes da atraçao principal. com tanta gente empolga depois da diverçao gaucha, comentei com uma amiga: "acho que vai ficar feio pro pin ups segurar a onda." e o fato foi que nao seguraram, depois da frieza de umas 4 musicas, o que se ouvia era muita gente mandando eles embora. a melhor hipotese era a constatacao que o pin ups nao funciona em um palco grande, pois seu poder de fogo e mais sentido em lugares pequenos e que todo mundo aquela hora so se contentaria mesmo era com o pixies.

ahhh... o pixies. desde que a plateia viu uma sombrinha gorda vindo do lado do palco, nao se teve mais sossego. entraram mudos e sairam calados, para mandar um repertorio que nunca seria suficiente. bem, foram quase trinta musicas e com a galera querendo mais! com todos os classicos tocados, eles provaram que o rock visual que tanto abunda nos dias de hj, nao e superior a criatividade. nao e. porque a garota que um dia foi o simbolo do que deveria ser uma roqueira, hj e uma rechonchuda beberrona. frank black francis e um cara que quando termina as musicas tem que subir as calças. o baterista e um careca cabeludo que parece, como disse o boi, ser membro do jethro tull! e ainda assim nao tinha banda que a plateia quisesse mais ver. eles foram a banda com maior culpa no que viria a ser o grunge nos 90. duvida? pois o proprio novoselic disse uma vez que tinha medo que ao verem o clip de smells like teen spirit as pessoas achassem que o nirvana era uma copia do pixies.

essa volta do pixies encerra mesmo um ciclo. por dinheiro ou nao, acabei chegando a conclusao que incomoda muita gente, mas que quase sempre e certa: bandas que acabam e voltam sao mais dignas do que as que nao acabam. por que? por nao ficaram enchendo linguiça. e isso mesmo. se a banda vai ficar usando formulas que ela mesma inventou varias vezes, criativamente nao esta mais ativa, nao? da pra imaginar o que aconteceria se o r.e.m. tivesse acabado na primeira metade dos anos 90 e estivessem voltando hj? pois entao se vc nao viu o pixies, perdeu um show fodasso e, portanto, nao adianta falar mal, pode ir se acostumando com uma longa dor de cotovelo.

10 maio, 2004

curitibapopfestival :: round 1 :: 07/05/04 ::

se ha algum roqueiro que nao sabe que rolou no ultimo final de semana em curitiba, pelamordideus, tenta comecar a ir em raves ou saber que global esta namorando com cada klb, porque o roque nao e o seu forte.

em sua primeira noite, o cpf tinha uma pa de bandas que nao vi, devido a problemas hidraulicos que causei no apartamento de minha anfitria, resumindo: quebrei a descarga e ela disparou. certo, sanado isso com o auxilio da sindica, segui para pedreira, onde rolava problemas para entrar: uma fila longa+revista lenta+botar pulserinhas coloridas. conseguindo entrar, o pessoal se deparava com um pico fantastico para show:

-varias tendinhas com badulaques indies (cds de bandas independente, camisetas, livros, brochinhos) em uma boa quantidade, um tanto superfaturados, mas presentes.
-local que possibilitava ver e ouvir as bandas sem relativo aperto.
-cerveja skol a R$2,5/lata, preço inferior ao praticado nos botecos do roque na capital paulista.
-temperatura de 10º, o que possibilitava que todos os indies presentes estivessem usando seus casacos de brecho que raramente saem do armario e que os fazem sentir em algum canto da gra-bretanha.
-garotas com de cachecol ( porque as minas que valem a pena ficam mais belas no frio).

devido ao meu contratempo, cheguei no meio do show do sonic jr., uma banda do recife que, como manda o cliche, tem o pe fincado no mangue beat. bengamos e combengamos, nao era a hora e nem o local! nem deu pra prestar a atençao.

logo depois veio hell on whells, com uma aprensentaçao do kid vinyl e tudo mais, dizendo que eles sao uma nova promessa e tal... mas a banda ja tem 10 anos, as musicas sao redondinhas e melodiosas, o vocalista e guitarrista que canta afinadinho mas grita as vezes e deixa rolar umas microfonias no final das musicas, a baixista e uma mina com cara de timida, batera e um gordinho simpatico. sera que vc ja viu isso antes? bem, a banda nao e ruim, mas e igual a uns 90% das bandas do genero. a maior inovacao foi o vocalista ter tirado a camisa, porque isso nao e coisa que a cartilha indie manda.

dai veio o teenage fanclub. ai sim!!! uma das bandas precursoras do que seria joinha nos 90. seguem o proprio caminho, mesmo depois da fama passada e sem estarem querendo se atualizar com o que a molecada escuta por ai. alguns grisalhos outros com a camisa para dentro da calça, todos ali poderia ir ao banheiro com seus instrumentos que conseguiriam mijar, ja que as guitarras e baixo estavam acima da cintura.

mandaram um set list com hits, com coisas de todos os discos, e foram bem simpaticos, com um vocalista perguntando se a kaiser que ele iria tomar era boa ou nao... noooooooouuuuu, responderam todos. mas ele disse que iria tomar mesmo assim. e seguiram mandando aquelas musicas cheias de acordes maiores, cheias de backvocals bonitinhos, cheia de letras bobinhas ( que ja vinham antes do weezer aparecer) mas sem serem cheios de meiguices de meia tigela como os seus conterraneos do belle e sebastian, de quem eles haviam furtado o tecladista a algum tempo atras. valeu mesmo o perreio e a conta do banco negativa para escutar os caras tocando aquelas musicas que parecem terem sido tiradas de comedias romanticas dos ultimos 10 anos e que, mesmo sem os bends de guitarra do passado, encantaram muitos marmajos com indicios de calvice.

se vc nao sabe que banda e essa, recomendo que comece pelas bolachinhas "bandwagonesque" e "grand prix". os dois dao pra escutar no carro naquela ida ao supermercado com a sua mae e nao se surpreenda se ela pedir pra vc fazer uma copia do cd pra ela.