o sabado em curitiba prometia: um ceu azul e uma temperatura tao agradavel quanto a do dia anterior. com os problemas hidraulicos do ape resolvidos, um merecido banho pode ser tomado e o resto da tarde se consumiu em quitutes de padaria e em inutilidades que so um super nintendo e um dvd da casa dos artistas 1 (sim aquela que teve o frota, o supla e a barbara paz) podem proporcionar. na verdade as correrias do dia anterior haviam consumido as energias e a saida para o cpf tardou. os shows começariam as 3hs da tarde, mas como ninguem estava no pique, 7h30 da noite foi a hora que deu pra chegar, ja tendo perdido autoramas e o recomendado show do pelebroi nao sei.
a pedreira estava ao som do ludov, uma banda que ja tinha ouvido alguma coisa e que realmente acabou confirmando a minha suspeitas: eles sao o pato fu dos descolados! formado apartir do restos do maybees, eles resolveram cantar em portugues, soando, nos melhores momentos, como um radiohead light, lembrando o coldplay por vezes. apesar musicos competentes, soam sem sal, como uma banda feita para o radio ou tema de algum personagem da malhaçao. em seguida entrou os veteranos do relespublica, banda que muito havia ouvido falar, mas nunca tinha tido a oportunidade de ver. nao decepcionaram. um power trio de musicos competentes, cantando letras bem sacadas em portugues e com uma sonoridade entre o panquerroque e o mod, chegando a lembrar os primeiros albuns do ira, mas com um sarcasmo e uma irreverencia maior. uma banda cheia de cliches batutas, refroes legais e energia de sobra. tocando em casa, eles empolgaram o publico e ainda fecharam com the who, num final apoteotico. recomendadissimos.
o mombojo, de recife, entrou com uma fusao de ritmos que merece atençao. ainda com uma sonoridade que tem que amadurecer, eles sinalizam ser a primeira banda com ritmos regionais la de cima que nao usam ferramentas faceis do advendo mangue beat. com uma sonoridade que ainda se perde algumas vezes, eles podem vir a ser uma banda pioneira de um pos-mangue beat, em que elementos eletronicos estao mais presentes ao vivo e que a percursao perde um pouco do espaço para a melodia. e torcer para que eles nao sejam engulidos pela "brasilidade" que a trama adora lançar.
depois dos nordestinos chegou a vez dos sulistas. e chegou mesmo. para ser sincero esse era o show nacional que eu mais esperava ver. frank jorge+flu+wander sao caras que participaram das bandas mais importantes do periodo mais fertil do roque gaucho. so perolas. com apresentaçao do grande miranda ( que esta redondamente grande) eles entraram e foram mandando musicas que povoam o o subconsciente de quem por ventura tropeçou no roque mais sem noçao do brasil. tocaram desde cascaveletes e replicantes, ate musicas da carreria solo do wander, sem esquecer graforreia xilarmonica, jupiter maça e baladinha do de falla. foram os mais aplaudidos depois das atraçoes principais dos dois dias. com o tempo estourado, surfista calhorda foi tocada, deixando muita gente rouca antes da atraçao principal. com tanta gente empolga depois da diverçao gaucha, comentei com uma amiga: "acho que vai ficar feio pro pin ups segurar a onda." e o fato foi que nao seguraram, depois da frieza de umas 4 musicas, o que se ouvia era muita gente mandando eles embora. a melhor hipotese era a constatacao que o pin ups nao funciona em um palco grande, pois seu poder de fogo e mais sentido em lugares pequenos e que todo mundo aquela hora so se contentaria mesmo era com o pixies.
ahhh... o pixies. desde que a plateia viu uma sombrinha gorda vindo do lado do palco, nao se teve mais sossego. entraram mudos e sairam calados, para mandar um repertorio que nunca seria suficiente. bem, foram quase trinta musicas e com a galera querendo mais! com todos os classicos tocados, eles provaram que o rock visual que tanto abunda nos dias de hj, nao e superior a criatividade. nao e. porque a garota que um dia foi o simbolo do que deveria ser uma roqueira, hj e uma rechonchuda beberrona. frank black francis e um cara que quando termina as musicas tem que subir as calças. o baterista e um careca cabeludo que parece, como disse o boi, ser membro do jethro tull! e ainda assim nao tinha banda que a plateia quisesse mais ver. eles foram a banda com maior culpa no que viria a ser o grunge nos 90. duvida? pois o proprio novoselic disse uma vez que tinha medo que ao verem o clip de smells like teen spirit as pessoas achassem que o nirvana era uma copia do pixies.
essa volta do pixies encerra mesmo um ciclo. por dinheiro ou nao, acabei chegando a conclusao que incomoda muita gente, mas que quase sempre e certa: bandas que acabam e voltam sao mais dignas do que as que nao acabam. por que? por nao ficaram enchendo linguiça. e isso mesmo. se a banda vai ficar usando formulas que ela mesma inventou varias vezes, criativamente nao esta mais ativa, nao? da pra imaginar o que aconteceria se o r.e.m. tivesse acabado na primeira metade dos anos 90 e estivessem voltando hj? pois entao se vc nao viu o pixies, perdeu um show fodasso e, portanto, nao adianta falar mal, pode ir se acostumando com uma longa dor de cotovelo.
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