29 março, 2006

"Live in Chicago", Jeff Buckley

1. Dream Brother
2. Lover, You Should've Come Over
3. Mojo Pin
4. So Real
5. Last Goodbye
6. Eternal Life
7. Kick Out The Jams
8. Lilac Wine
9. What Will You Say
10. Grace
11. Vancouver
12. Kanga Roo
13. Hallelujah
14. So Real
15. Last Goodbye

Segundo palavras do véio (Marcelo), Jeff Buckley gravado em estúdio não representa em nada o quão ele é insâno ao vivo. Não duvido nada, mesmo considerando "Grace" um dos melhores discos de todos os tempos. Agora só me resta esperar a encomenda por algumas semanas para apreciar essa obra que deve ser algo supremo. Haja paciência!

28 março, 2006

Meu amigo Antunes.

o fato que queria compartilhar com os robsons é que eu uso o anTunes como tocador de audio no computador e ao invés de transformar cds em MP3, ele permite converter CDs em AAC. andei dando uma experimentada e na boa, bem mais jogo que o MP3 padrão. não há mesma perda de graves, dá pra usar vbr se vc é adepto e ainda fica um tequinho menor que o MP3. dizem que é um método mais rápido pra o computador processar quando está codificando, mas vai saber.

a Apple anda vendendo musica em aac 128 kbps e dizem muito audiofilo não consegue distinguir do cd e tals. eu andei no exagero e coloco 320 kbps e 48000 kHz, porém acredito que não da diferença 44100 kHz, ja que qualquer cd tem o mesmo 44100 kHz como amostragem.

sinceramente nem tenho um baita som pra ver a diferença, mas hei-de poupar boa musica pro futuro.

23 março, 2006

"Baby C'mon"

Já viu algum clipe do Pavement? Eu vi só aquele que eles estão vestidos de papai noel, mas não lembro o nome da música (vou lembrar). Então vê outro aí! É bom pacarai.

21 março, 2006

"Vegas Special", os Telepatas

Eu gosto dessa banda. Eles cantam em português, usam guitarras moduladas e linhas melódicas repetidas. Algo entre o hipnótico e o silencioso, até mesmo telepático. São os Telepatas, de São Paulo.
Nunca estive em uma apresentação deles, mas a coisa, pra quem viu, é bruxaria musical.

"Telepatas são primos distantes do Mogwai, sobrinhos-netos do Walter Franco e foram treinados por Telê Santana no condomínio Punk Floyd. Stargazer? Post-rock? Vanguarda? Eles preferem dizer que são uma banda de 'quase-rock'." (Didital)

Massa, né? Baixa lá então e seja feliz. Mas causa dependência, viu. Vegas speeecial!

PT-01, o sucessor do mp3 player.

Já faz mais de 5 anos que ando bulindo com o mp3, seja copiando cd de camarada ou downloadando. Um dos meus planos prioritários ao chegar a Austrália era comprar um ipod, pois produtos da apple são relativamente baratos por aqui (o ipod shuffle 512 MB sai por algo entorno de 160 reais), mas aos pouco fui revendo meus conceitos.

Claro que o ipod é legal, daqui a alguns anos vai ser tão lembrado quanto o walkman, o primeiro mac ou o primeiro imac. Ainda e top 5 na categoria "equipamento de primeira necessidade consumista".

O fato, é que me ocorreu que tenho uma predileção por vinis e que, apesar de minha sogra ter uma vitrola muito da batuta, eu não tenho nenhuma propria por aqui. E foi depois de muito pesquisar que conheci essa maravilha:

  • Toca 12" ou 7" em 33, 45 ou 78 rpm (mesmo eu nao tendo nenhum 78, vai la que um dia eu eu esbarro com algum);
  • Adaptador pra tocar aqueles 45 com furo grande;
  • Tem pré-amplificador, com controle de tom e volume e saida pra fone de ouvido;
  • Falante imbutido (deve ser meia boca, mas rola);
  • Tem pitch (mesmo não tenho nenhum uso pra mim);
  • E o mais bonito, funciona a pilha se necessario!
Resumindo: dá pra levar por ai, junto com um fone bem grandão e dar uma sacada na vinilteca alheia ou naquele vinil do sebo que vc quer ouvir antes de comprar, mas não tem onde. Bem, mesmo que vc não esteja com a boa vontade de carregar o trambolho pra rua, coloca na mesa da varanda no domingão e curti uma bolacha com a birita e quitute de sua preferencia, sem atrapalhar a sessão de biriba da sua mãe com suas tias.

Tudo isso com uma tampa de acrilico removivel bem legal pra proteger e tals. Mais detalhes no site do fabricante.

17 março, 2006

HELLa

Prestenção! Tem uma banda cabulosa de Sacramento (California) que faz coisas impossíveis com uma guitarra e uma bateria. Se tiver um tempo, entra no site deles, na seção do "aviãozinho", e baixa os vídeos (o de cima é a coisa mais engraçada que vi nos últimos tempos, e o de baixo e a coisa mais complexa que já vi). Treta feia para os sentidos!

Oi, prazer!

Não há voz. Nem precisa, também.

07 março, 2006

one man band boom

às vezes a gente pensa que já viu de tudo, que todo mundo ja misturou tudo que tinha que misturar e não tem mais nada de original dando sopa por aí. bem, se você anda pensando isso, pode se considerar um paspalho.

segundo o release que li antes do show, o sujeito era uma banda de um homem só e que tocava slide guitar mais rapido que qualquer ser da terra.

o fato é que bob log III é tudo o que não é pra funcionar, porém funcionando (exatamente o contrario do brasil).

  • nerd 4 olho
  • vindo de tucson, arizona
  • ele usa guitarra acústica de um so captador, conectada ao vox por wireless
  • uma roupa colada estilo imitador de elvis viva las vegas
  • toca o bumbo com um pé e chimbal com o outro e ainda da um jeito pisar no acionador da bateria eletronica (nada rebuscado, só liga uma caixa tipo ta ta ta ou ta ta ta)
  • capacete com um telefone acoplado que ele usa como mic, mas soa como se estivesse falando no telefone.

insano? você não viu nada. antes do show rolou duas minas, the town bikes, dancando no melhor estilo cabaret nonsense e usando roupas de plastico. elas voltaram outras vezes durante o show para bailar umas coreografias durante algumas musicas.

o cara entra no palco; realmente manda bem no slide guitar e além do mais ele consegue tirar timbres que parecem ter saido de vinis de blues com mais de 50 anos. o esqueminha de wireless permite que ele desça do palco e dê um rolê pelo boteco. e por que não botar um bote inflavel de mais de 2 metros no palco, subir e sair tocando nele enquanto a galera te carrega? bem, bob log não viu nenhum porém.

além de tudo, as letras são algo como as primeiras do musicas do ramones escritas no sul dos eua por um cafetão viciado em jogo. duvida? rola desde "wag your tail like a dog in the back of a truck" até "clap your tits". mas o hit single (se não é um hit, deveria) é "boob scotch", onde ele incita as dama do local a botar o boob no copinho com a birita dele no palco. é claro que algumas distintas senhorinhas aceitaram o convite.

mas isso não é tudo. bob volta para o biz com uma outra roupa, no estilo cowboy e com luzes! e só pra terminar, já que ele tem que usar as pernas pra acionar o bumbo e o prato, duas garotas se renderam ao convite de sentar no colo do camarada (uma em cada joelho) pra dar uma "galopada" durante a última música.

e não vai achando que o cara é um mero performancer. o sujeito tem uma bela duma discografia e só ir la no http://www.boblog111.com/ e dar uma espiada.

06 março, 2006

série "velharias!": festival Sinfonia de Cães I, 5/06/2004

[Já que o assunto é Sinfonia de Cães, eis o dia em que fizemos contato de 1º grau com a rapaziada. Originalmente publicado na finada edição online do Gasosa Improvisada].

Quando fiquei sabendo do festival Sinfonia de Cães, achei que era um blefe. Um festival com Hurtmold, Ludovic, The Concept e mais oito bandas com entrada a R$10 [quase de graça]. Tudo pra ser a melhor pajelança rock do ano. O melhor é que o pico aconteceu num lugar muito fácil de chegar, ao lado do estádio do Canindé. Perfeito para a trupe caipira que percorreu 260km no busão da Pássaro Marrom e enfrentou uma friaca de uns 5 graus celsius na volta por puro amor ao rock.

Como não sei se vou conseguir descrever com fidelidade o que eu gostaria de expressar [porque o conhaque também apaga alguns detalhes da nossa mente de vez em quando], vou apelar para o sistema nerd de notas aos shows, sob critérios absurdamente subjetivos e vocês interpretem a partir daí. Mas não esperem um pingo de racionalidade, ok? Tão avisados.

Prevista para durar doze horas, a "rave" começou por volta das 19h00 com o THE ROYAL SHAKERS, projeto paralelo de Marco Butcher, do Thee Butchers Orchestra. Basicamente blues cru e distorcido, com percussão mínima, só bumbo e pandeiro pouco utilizados. Para os fãs de som de garagem, deve agradar bastante. Nota sete.

Em seguida veio o HURTMOLD. Esse era o primeiro dos shows imperdíveis da noite - para mim ao menos. Viagens sonoras, MPB com jazz, vanguarda paulistana, clima de jam session. Som para estados alterados da mente. Pretensioso? Sim, mas os caras são bons pra caralho. Contanto que essa pretensão não influa nos rumos da banda, vão construir uma história linda. Nota dez. Tudo muito bom até aí, mas o rock só começou mesmo com a primeira banda "da casa" [formada por integrantes da "Sinfonia"], o WASTED NATION, que fez jus ao ótimo nome promovendo a discórdia num show tosco e engraçado pra caralho. O contraponto total ao perfeccionismo do Hurtmold. E o guitarrista tinha o melhor visu da noite: camiseta do Mahatma Gandhi, kilt, All Star botinha e mullets. Mestre! Nota sete e meio.

Na sequência, LUDOVIC. Quem já viu o show conhece o estupro sonoro que se instala nos poucos minutos de apresentação [uns 25 minutos] desses caras. E é óbvio que não foi diferente dessa vez. Nem a queda de energia no meio de "CVV" [O ESPAÇO DO BAIXO E VIL!!! AAAHHH!!!] cortou o clima de insanidade, culminando com Jair caindo no meio de todo mundo em "Vane, Vane, Vane". Nota dez, claro. Problema seria para a banda que entrasse depois, que teria uma responsa filha da puta pra segurar. O que não foi problema para o power trio POPSTARS ACID KILLERS, segunda banda a se apresentar formada por "cães" e disparada a melhor surpresa da noite. Um showzaço, rock and roll básico gritado, sujo e direto, sem frescuras, daqueles que a gente gosta de ver e ouvir. É uma banda que você REALMENTE PRECISA ver ao vivo. Nota dez também neles!

A seguir mais um power trio, o DETETIVES, banda ansiosamente aguardada por meu companheiro de viagem e colega de Gasosa Fábio "Gordinho" Figueira. De início, uma surpresa negativa: o baixista não foi ao show "porque ficou preso por porte de drogas em Porto Alegre", brincou o vocalista Alejandro, tirando uma onda com o galã global e maconheiro Marcelo Anthony. O que inicialmente anunciava-se como uma catástrofe, acabou se tornando uma das maiores demonstrações de "foda-se" que eu já vi. Os dois detetives restantes tiveram peito de encarar o palco só com guitarra e batera - e ainda conseguiram promover a quebradeira. Claro que com o baixo seria melhor, mas show assim é coisa de quem tem três. Nota nove pelo colhão.

Depois de uma pausa de meia hora para refresco, veio o fiasco [como diria Júlio Cavalcanti] do festival: BIÔNICA. Peço desculpas aos integrantes da banda, mas pelamordeneilyoung, as músicas são uma merda. Eu juro que tentei gostar, mas não deu. [Aliás, acho que nem o Bola ia gostar dessa*]. É o tipo de banda que todo ser humano deveria odiar: visual retrô-modernoso e um som raquítico, fraco. Disseram a mim que a banda era melhor quando a vocalista fazia fio-terra no guitarrista no meio do show. Imagino. Nota um. Na sequência veio a terceira banda da casa canina, o VINCEBUZ [pronuncia-se "vincêbuz"]. E o negócio deles é barulho, gritaria, sandice, submundo, mais barulho, liquidificador sonoro e o caralho. Aqui aconteceu o momento mais hilário de todo o festival: um figura subiu ao palco para dançar trajando apenas uma calcinha do Placebo. Como diz a música "Limbose", é o fim do mundo! Único porém do show dos caras: foi muito longo [consideremos que antes vieram sete bandas]. Deveria ter umas três músicas a menos. Nota sete.

Um misto quente e uma coca-cola depois, veio a veterana THE CONCEPT, que periga ser uma das 3 melhores bandas que cantam em inglês no Brasil. Ouça "Voices That I Don't Listen", e concorde comigo: eles já têm crédito com deus quando morrerem. O show é uma viagem, maravilhoso, culminando com os dez minutos de "Please, Don't Call Me Junkie". Podia ter durado mais uns vinte que ninguém ia ligar. Nota dez.

Em seguida, tocou o BORDERLINERZ. Gostaria muito mais dessa banda se eu ainda tivesse 13 ou 14 anos, quando qualquer coisa gravada antes de 1979 virava meu disco preferido. Mas naquela época da minha vida [seis anos atrás] o hard rock 70's era uma coisa brega para os indies. Das duas, uma: ou previ a modinha ou criei pêlo no saco antes de todo mundo. Tirem suas próprias conclusões. E outra, quantas milhares de bandas vocês conhecem dessa nova safra independente que são influenciadas por [atenção para a ORDEM] Stooges, MC5, New York Dolls, Ramones, e Guns 'n' Roses? Não se agüenta mais. Mas até que o show foi competente. Nota seis.

E para fechar a noite, vieram as minas do DOMINATRIX. É estranho ver uma banda cuja baterista parece A SUA MÃE 25 ANOS MAIS JOVEM [e tocando MUITO BEM ainda por cima]. Belo show, as feministas mandam bem; já posso dizer que gosto de outra banda de hardcore além de Sub Midian [ok, Sub Midian não é hardcore, mas isso é papo pra oooutra tele-aula]. Juro que eu esperava bem menos. Nota oito.

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Eu planejava no texto falar só das bandas, mas tenho que fazer algumas reclamações a fazer desse povo que diz apoiar o tal do rock independente no Brasil enquanto público. Tivemos um evento dessas proporções, que teve nota saindo na Folha de S. Paulo, num espaço muito bom para shows - no entanto não mais do que 300 pessoas compareceram ao Sinfonia. Na boa, eu esperava encontrar UM VERDADEIRO INFERNO, umas mil almas pervertidas sedentas por música, assim como acontece na porra do Hangar 110 quando vai o Dance of Days. Não tem desculpa: eu e mais uns oito cocos saímos de Taubaté [repito, andamos 260km de busão, ida e volta] só pra ver a porra do festival QUE PROMETIA E FOI DO CARALHO, e as bichas indies da capital ficaram em casa com friozinho. Ok, ninguém precisa ser fominha de rock igual a nós, mas não venham me dizer depois que gostam e/ou apóiam bandas independentes. Não é só comprar a revista do Lobão com o CD do Mombojó [só porque você leu na coluna do Lúcio Ribeiro que é legal] que vai fazer de você uma pessoa à parte do esquemão. Um pouco de atitude punk não faz mal a ninguém. Pra falar a verdade, até meu pai é muito mais punk [e ele ouve Yanni e The 101 Strings Orchestra] que esse pessoal fresco aí.

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*O Bola é o cara mais tolerante com música na história do planeta. Se ele não gosta de alguma coisa, é porque é RUIM MESMO. Na verdade, até hoje só vi ele falar mal de Jota Quest, Nickelback e Creed.

05 março, 2006

Quem vaaai?

Da Folha Online: Campari Rock começa a vender ingresso no dia 9.

"Instrument", Fugazi


Bem, já que o sono não vem, o jeito é falar dessa obra prima. Aliás, não tem muito o que falar, já que falar bem do Fugazi é pleonasmo (será que é essa a figura de linguagem correta?).
São 115 minutos de imagens captadas em 8mm e 16mm, com direito a cenas do Picciotto pendurado na cesta de basquete (e cantando!) e MacKaye tirando um moleque bêbado do show por estar "atrapalhando a dança". Coisa linda e rara. Assim que eu tiver grana, vou comprar, pois assisti uma vez na casa do Jair e duas na casa do Paulinho. Bem, é isso. Ah, sabe aquela sensação de "putz, ainda bem que assisti isso! não poderia morrer sem ter visto!". Resumindo muito, é isso que sinto quando vejo!

Sinfonia de Cães + Ludovic

Aproveitando o gancho do Boi, me lembrei de um dia que fui pra São Paulo, trombei o Julio (The Vain), e conheci o pessoal do Sinfonia de Cães sem saber se quer o que era e quem eram.
Pois bem, pegamos o metrô (nem lembro qual) e rumamos para o Atari. Pensamos que ia estar cheio de gente na porta (os 30 primeiros entravam na faixa), mas não havia ninguém lá. Eu tava com um pacotão de biscoito de champagne na mochila, então começamos a devorar.
Passado cerca de meia hora, algumas pessoas se aproximam da gente e puxam papo. Perguntam, educadamente, de onde vinhamos e quem eramos. Falamos que eramos de Taubaté e que tocavamos em banda e tal, e que tinhamos ido pra ver o Ludovic. Eles falaram que faziam parte de um grupo de arte marginal e que estavam organizando um festival com bandas locais e nos entregaram um flyer do que viria a ser o Festival Sinfonia de Cães I. Ah, eles ofereceram breja, mas eu estava com tanta fome que recusei, mas o Julio filou uma, e entregou um EP "Vanilla Vane" para o Roger (ou não, não me alembro. hehe).
O show se aproximava e o pessoal do Ludovic já havia passado o som enquanto rolava a prosa da gente com o pessoal do Sinfonia. De repente o pessoal do Ludovic sai e a gente vai lá trocar uma idéia com eles. Falamos que a gente era de Taubaté e tal, e eles falaram que iamos entrar com eles e ficar no camarim (inferninho!). Camaradagem!
Lembro que entrei no Atari, fui no camarim e fiquei maluco pelo ar. Daí pra frente, tudo rolou as mil maravilhas, o show foi lindo e violento, e não tinhamos preocupações com nada. Depois do show, fui perguntar pro Julio como iamos embora e a resposta não foi convincente. Enfim, não tinhamos onde ficar até a hora do primeiro metrô, que ia demorar umas 3 horas. Por fim, o Jair nos ofereceu uma carona e uma estadia em sua casa. Estavamos salvos!
Fomos para a casa do Jair, que nos deu uma batata gratinada muito boa pra comer e colchão dos bons para dormirmos. Mole, o cara nem nos conhecia e deu estadia completa pra nós. Camarada!
Ah, escrevi tudo mas queria mesmo escrever sobre o DVD do Fugazi, o "Instrument", o qual assisti antes de dormir nesse dia. Vai ficar para a próxima!

[Escrito ao som do disco "The Sophtware Slump", do Grandaddy]

série "velharias!": Ludovic + Dance of Days na Posso!, dia 12/04/2004

"Não tô sentindo minha cacunda."
- Bernal Henrique Bernal, tiuzin de plantão

Sobre o dia de ontem na Posso! daria pra fazer uma ótima tese socio/psico/antropológica acerca desse fenômeno cultural chamado rock alternativo. Mas foda-se, afinal eu bebi demais para estar preocupado em fazer qualquer análise teórica. Tinha gorda de franjinha? Tinha. Tinha emoboy usando camisa de banda ruim? Tinha. Tinha um monte de moleques sem noção que se diziam rockeiros sem ter um único disco do Black Sabbath em casa? Tinha. Então não rolou nada que eu já não tenha visto em estados mais sóbrios de consciência.

Aproveito a oportunidade para pedir desculpas públicas ao pessoal da Need Off pois prometi ao Bruno ver o show deles - pois enquanto rolava o som, eu estava NO BAR com Meteoro e Bernal [guitarristas do Cachalotte], Júlio [não o do The Vain, mas o batera do Dance of Days] e os caras do Ludovic. E também deveria pedir desculpas aos camaradas do Tróia Contra Ataca e Revide pois também não vi o show deles. Quer dizer, nesse momento eu já estava presente ao recinto - porém novamente estava BEBENDO com o Bernal, Meteoro, a Carol, o Fabinho, Zé Lino, Gabriel e mais um monte... Resumo da ópera: o único show em que eu estava realmente presente era ao de Jair & Cia.

Eu nunca saí tão suado e arrebentado de um show como o perpetrado [eita!] pelo Ludovic. Só fui sentir os efeitos colaterais de uma roda de pogo hoje cedo, após toda a adrenalina e o álcool deixarem minha corrente sanguínea. Pode ser que a apresentação de São José dos Campos tenha sido melhor ["Hoje foi tosco", Jair] mas o impacto foi o mesmo. Talvez maior. Ver uma banda diferente da mediocridade normal é um bálsamo pra quem acompanha a ceninha alternativa. E o melhor é que eles SABEM disso. Não tenho dúvidas que sou um cara de sorte, pois graças às conjunturas do destino [tudo começou com a Lívia em 1999 e depois com o Menotti em 2002] estou vendo algumas belas páginas do rock brasileiro sendo escritas na minha frente. Se alguém vai dar bola um dia pra isso, não sei e não me importo. Afinal, quantas pessoas viram um show do The Feminine Complex? Ou do Nirvana com o Dale Clover na batera? Ou do Aborto Elétrico? Quantos diriam na época que essas bandas estourariam ou não? Eu vi Ludovic, The Vain e Elegia numa mesma noite em São José. Para mim são bandas que deveriam vender os tubos, ter clipe na MTV e o caralho. Se terão no futuro ou não, será a sorte de cada um que decidirá. Sinto-me honrado em ver essas bandas em ação.

Bom, voltando à Posso.

Após a destruição em massa e o pico da minha leseira alcoólica [ficarei alguns anos em abstenção depois dessa] veio o Dance of Days, banda esta que entrou com o jogo ganho. Com raríssimas exceções, todo mundo foi lá pra ver, ouvir e gritar junto com o DoD. O show foi um pouco mais fraco com relação ao que eu havia visto alguns meses atrás no mesmo estabelecimento [era mais legal quando o Nenê se jogava na galera] e eu curto a verve mais violenta da banda; as novas músicas estão se parecendo com as daquele disco anterior ao Coração de Tróia. Apesar disso foi um bom show, e tocaram a melhor sequência do disco violento ["Macaco com Navalha", "Nos Olhos da Guernica", "Correção" e "Tochas Para Joana"] e ainda são uma bela banda em cima do palco mesmo sem as estripolias [N. do A.: ERAM, pois hoje, em 2006, está uma bela duma bosta].

Depois disso tudo ficou meio difuso. Apareceu um pacotinho de M&M's na minha mão [glicose!], dois Pedros grunges falando que eu pareço o Renato Russo [todos, todos acham] e cheguei em casa só pensando em quantos pratos de arroz, feijão, carne e farofa de cenoura poderiam saciar minha fome [resposta: três] e fui dormir correndo o risco de sofrer a maior indigestão do século. Bom, hoje pela manhã meu estômago estava 100%, mas a minha cabeça...